sábado, 14 de novembro de 2015

O Metro.


Encafuados dentro do metro que nem formigas, formigas que seguem a mesma travessia em nome da rotina diária, mas sem saber bem a sua funcionalidade, vejo caras diferentes mas com as mesmas expressões de sempre, expressões depressivas e zangadas com a vida, em que na altura de ponta gritam e reivindicam o seu direito de também caber no metro, apesar de já estar tudo de cara encostada à janela e a cheirar sovacos de estranhos, empurrões e brigas por um espaço neste transporte tão querido para ir para a sua morte, gordos e gordas roubam o lugar por já nem aguentarem um minuto em pé com tantos menus do McDonald's que engoliram, deixando velhinhos em pé que já nem aguentam com as próprias pernas e se queixam de dores nas costas. Uma vida humana que não se compreende, lutam todos os dias por o que nunca quiseram lutar, gritos por todos os lados, na direcção errada, revoltas mesquinhas por cinco minutos sentados. O metro. Tem muito que se diga.

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