quarta-feira, 25 de março de 2015

Monólogo duplo


Perguntas-me: "o que se passa contigo?" e eu, estou estranha, respondo, nunca fomos normais, sempre fomos anormais, verdade seja dita, alguém gosta de ser normal? Qual é a piada? Já que estamos cá, tentamos vencer com estranheza e alegria, ser diferente, ser o laranja no preto, não gosto do normal, não gosto! não gosto! e não gosto! repito, recuso-me à normalidade, recuso-me a esta pressão mundana que me impões, pensas que sigo as tuas regras, mas será mesmo que as sigo? Regras e regras, tantas e tantas, umas entre outras, confundidas que não me interessam, desapareçam suas filhas da mãe! ninguém vos quer! desapareçam! vou viver sem vocês, fugir para o jardim dentro da minha cabeça onde não podem chegar, sem avisar, desapareço, sem me despedir de vocês, para ver quanto vos desprezo, Adeus, adeus! Nem explicações merecem, só um adeus e já é exagerado!
"Blasfémia!- ouve-se de longe, são as regras!- "Tu sabes que precisas de nós, que era de ti? não eras ninguém! eras outro marginal sem margem à beira de cair no abismo profundo"
que cliché, que cliché! -digo eu- Abismo isto! Abismo aquilo! Achas que quero saber desse tal abismo?! eu sou a fluorescência no escuro, logo ele não me atraí, ele não me quer! Já disse para irem, não olhem para trás mais, nem uma vez, vocês são loucas em tentar se quer me mudar!

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