Desfrutem. Ou não.
quinta-feira, 17 de março de 2016
Corrida com uma moça nova
Eu sou louca. Sou louca no momento em que me deixei apaixonar pela vida, quando conheci o querer de correr com ela de mão dada, como na infância fazia com a minha irmã mais velha, por tropeçar naquele pedregulho, e me levantar com o joelho sangrento, deixando o rasto da chaga daquela queda, e recolher do rasto o que de doloroso e benévolo sobrou dele. Sou louca por querer tanto, e não querer nada, por procurar o que é certo, num tempo incerto, por reconhecer e querer a Senhora vida, uma Senhora irónica e com um sentido de humor gigantesco, ninguém diria que ela me iria dar a dádiva da loucura, a loucura que todos censuram e fogem, mal sabem eles, que ela é mais querida de todas, que ela é o mais doce sabor da liberdade, eles sabem lá o que é ser louco num mundo calado, como eles se enganam ao esconder-se em recantos desta nova moça, eles perdem, perdem a imortalidade na nossa débil mortalidade, perdem a dança com a estranha insanidade no desconhecido, eles perdem tudo em vão, tudo por escolheram o mundo calado. Deixem-me então ser louca, e ser o barulho, entre risos partilhados, no conhecido que pretendo esquecer, de mão dada com a minha mais fiel companheira Loucura, que não me deixa por nada.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário