segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Querido Inverno

Olá inverno, tive saudades tuas, eu sei que muitos reclamam de seres frio, mas só fazes isso para te manteres em pé de cabeça erguida e manteres o teu respeito, com a tua sempre fiel companheira chuva que te acompanha nas tuas longas jornadas, adoro ver as tuas danças com o vento, de ouvir o som ao pisar as folhas estaladiças que as tuas árvores deixam cair, por simplesmente, não aguentarem o fardo, elas partem numa viagem sem destino ao sabor do vento, alegres e livres, foi muito tempo presas aquela árvore, elas separam-se mas continuam felizes, porque são livres, Aí inverno! eu tenho tantas coisas que gosto em ti, adoro ouvir o som da tua companheira chuva a bater na minha janela enquanto estou embrulhada naquela manta quente, já velha, aquela que já tenho desde criança, com uma caneca de leite a aquecer-me as mãos e de fundo a música perfeita toca, calma e linda, a minha mente flui cheia de loucura e inocência neste mundo cruel e vingativo, sai do meu corpo e vai aos lugares mais perfeitos e mágicos que ninguém conhece, com as criaturas mais belas e simples, lugares que não existem neste mundo de pessoas egoístas e fúteis, que só existem dentro da minha imaginação e daqueles que tentam fugir desta monstruosidade, lugares que me levam a viagens desconhecidas e marcantes, num mundo que é meu, que fui eu que criei. Inverno, tu tornas esta viagem mais fácil e bonita, levas-me todos os anos como por magia, com a tua elegância e beleza, a estes lugares mágicos e com o teu frio tu aqueces-me e o ódio tu transformas em amor. És perfeito inverno, independente e feliz, não julgas, mas és julgado, mas o que te interessa?, tu sabes que és mais forte e que vais voltar todos os anos com a tua elegância e luz, mesmo que muitos te odeiem, tu continuas a ser tu e feliz, cheio de amor para dar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Medos e perguntas

Quando nascemos apenas temos uma certeza, que é a morte. Se vamos morrer, pergunto de que vale a "educação"? a disputa pelo poder, a ganância? o dinheiro? Se todos temos um fim, porque é que simplesmente não posso pôr uma mochila às costas e partir por estradas desconhecidas sem destino? Vamos morrer, o meu doutoramento não me vai ter muito valor debaixo da terra, mas talvez o arrependimento conte.  Admito que a sociedade me intimida, os meus pais intimidam-me quando dizem "estamos tão orgulhosos por as tuas boas notas", e se eu um dia lhes disser que vou em busca da minha felicidade, numa viajem sem regresso definido? Será que eles iam dizer "estamos orgulhosos por a tua coragem, vai em busca da tua felicidade", não sei, acho que eles foram um pouco corrompidos por esta sociedade materialista, eles provavelmente iam dizer que eu estava louca e iam ter medo dessa loucura. A verdade é que tenho medo de estar a ser corrompida lentamente por esta sociedade também.