quinta-feira, 29 de março de 2012

Noite

Deito-me, fecho os olhos, inquieta, remexo-me a cada minuto que passa, os meus milhares de pensamentos afastam o sono dócil da noite, fico então deitada, a ouvir o tic-tac do relógio, que cada vez fica mais alto, cada som que se faz ouvir, por mais indefensível que seja, torna-se monstruoso aos meus ouvidos, fazendo o meu coração bater rápido com receio do que se aproxima, os sonhos afastam-se, na minha mente apenas restam os meus pensamentos, os meu infinitos pensamentos, revejo a minha vida detrás para a frente, penso em tudo o que  fiz de errado e em todas as minhas glórias, penso em velhos amigos, em amigos recentes, até naqueles em que o tempo foi passando e são agora meros conhecidos, a esses resta apenas a saudade, chego a pensar em paixão, em abraços amorosos e quentes trocados, em lábios a tocarem-se suavemente exprimindo uma paixão, e neste cenário um pouco confuso, a noite, escura e assombrosa, passa lentamente e dolorosamente, eu, fico ali de olhos fechados, irrequieta, na esperança que os sonhos assaltem a minha mente, mas a insónia ocupa esse lugar e rouba-me a noite, como se roubasse um doce a uma criança, fácil e rápido.